sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Às vezes, eu tenho medo!


Num dia cabalístico, com esse papo recorrente de fim de mundo, várias profecias por aí a fora e eu aqui falando em medo... Redundâncias de Vitória?
Claro que não! Eu uma sou medrosa assumida e por ter ganhado uma manhã livre decidi escrever sobre isso hoje. Caí em mais um paradoxo dessas minhas auto-definições, mesmo que não tenha a pretensão de resolver com esse texto (que isso fique bem claro!).
Dizem que quem tem fé não tem medo, mas eu não acho que seja por aí... Considero o medo como algo exatamente oposto ao sonho, e sendo uma sonhadora também assumida, logo chego à bizarra conclusão de ser uma sonhadora-medrosa. Ainda bem, porque seria confirmar aquela velha teoria que diz que eu sou chata se eu fosse só uma coisa, e não essas entre-coisas. =) [Esse povo que lê Certeau fica assim!!!]
Sustos, surpresas e demais conspirações não são propriamente o que me abalam, pois sou também do ramo dos céticos, em certa medida, e não credito confiança a toda qualidade de sortilégios, embora não duvide de nenhum deles. Supostamente já os vi inclusive, de longo, mas vi... O fogo do Batatão, disco-voador, o fantasma do Coronel, dei notícia do Saci, do Chupa-cabra, de lobisomem, de Osama Bin Laden, de Jacob Rabe, do tarado do Campus, do papa-figo, do homem do saco, do velhinho pedófilo do Orkut e alguns outros - Vale salientar que eu sou míope, e meio surda quando quero!
Mas quando falo em medo, lembro que ele é um dos serviçais de minha imaginação e por isso as proporções das coisas que tenho medo são muitas vezes exorbitantes, irracionais até, alucinadas. Não é loucura, é liberdade poética, tá?!
E sobre os medos? Tem de todo tamanho, cor e qualidade: Medo de altura, medo do escuro, medo do mar, medo de velocidade, medo de trovão, medo de terremoto, medo de tsunami, medo de bicho, medo de banho, medo de lugar fechado, medo de doença, medo de gente, medo de cidade grande, medo de multidão, medo do feio, medo da miséria, medo da burrice, medo do que é diferente, medo de gostar do que é diferente, medo de estar longe, mas também tem o medo da solidão, o medo de perder, o medo da ira alheia e da sua própria, o medo da conquista, o medo da vitória, o medo de amar... haja medo, nesse mundo de meu Deus!
Tem gente que tem medo de tudo, esse tem pânico; tem gente que diz que não tem medo de nada [eu duvido!]; tem gente que sequer se permite viver por medo; e tem aqueles que fazem dos desafios a seus medos o grande motivo de vida...  E o medo da morte? Esse pode explicar muito dos tipos de medos já citados, e muitos outros! O medo de ser esquecido, de ser substituído, o medo de não ser ninguém, o medo de não fazer sentido. Sem falar na violência, no desrespeito, nas chagas que ficam nas vítimas dos que têm tais traumas e nos que vêm os olhos dos que vivem apavorados.
É um mundo cheio de medos e de corajosos também. Não é pela convivência com o medo que as pessoas não podem fazer o novo, começar... Serem astuciosos e arriscar de vez em quando!!! Os sonhadores [=)], os ousados, os revolucionários, os transgressores, os despudorados, os desavisados, os desmiolados, e mesmo os ‘descalados’ (invenções de Ana C.)... os que tem esperança destacam-se nessa polifonia de terrores e dão graça e leveza a vivências que guardam tristezas.
Veja só: não contei quais desses são os meus medos e o texto já no final...  bem na hora de voltar pra os estudos...
Fica pra próxima!!!
Vixe!!! Vou acabar falando de medo de novo... É, cada um com seus problemas!