terça-feira, 30 de abril de 2013

Let's vamos!


Ao recomeçar uma rubra e estrelada fase da vida agora, estive nos últimos dias me desfazendo da fase anterior, porque meus armários, minhas estantes e minha mente precisava de mais espaço para as novidades. Olhar as coisas ao meu modo, falar as coisas que eu penso e voltar a ser eu mesma é o que pretendo...
A faxina nos papeis e na alma me fez rever muitas coisas (meus diários antigos, minha caixa de relíquias do passado – invento memórias, oras –, e uns textos feitos a muito tempo, entre as lembranças de quem já fui e as perspectivas de quem posso ser. Não é um bom texto, como esses outros aí também não são, mas diz bem sobre como se encara os desafios (e eu sou movida a desafios, visse), por isso é que é postado aqui e agora. =)

“E lá vamos nós.
Começar!
Como uma estrada que não se sabe bem onde vai dar e sequer tenha um coelho para alegrar a constatação das dúvidas iniciais. Ir para casa? Como? Onde está a sua casa??? Antes de ir para o depois, queremos explorar cantos e recantos do agora, pois aqui se vislumbra um pouco do que está no porvir. Seguindo por aí para aprender, experimentar ou simplesmente observar... A agonia em apreciar o que está adiante é o que dá gosto ao começo das coisas.
Chamar algo de ‘novo’ já denota o quê das possibilidades. As descobertas, já na largada do percurso, implicam em uma reflexão necessária sobre a ideia de ter essa excitada alegria de viver, que temos nos primários interstícios, conservadas naquelas conjunturas que o tempo desacelera e a gente se angustia nos saltos, curvas, tropeções, voos e mergulhos que a vida dá.
Pensar sobre as inquietas margens que se anunciam, as nuvens e os incríveis sapos que elas teimam em esculpir (desculpem, mas tenho o hábito de SEMPRE ver sapos nas formas das nuvens quando paro para pensar na vida!) poderão nos acompanhar no novo rumo, quando ficar alguns instantes tendo a finura de especular as montanhas, as árvores e, por que não, as pessoas. A surpresa estará nos olhos de quem vê, meu bem.
Começamos a encontrar a felicidade desde agora, só de imaginar a nova estrada, sentindo o vazio de expectativas e consciente de ser totalmente despreparada para o futuro.
31/12/2010.”

segunda-feira, 22 de abril de 2013

De madrugada!


Sofro de excesso de sinceridade durante as madrugadas.
Não chego a ser daquelas chatas que não para de falar sobre um assunto qualquer, que abre o coração, que chora nos bate-papos da vida ou nas mesas de bares de cada dia. Não é para tanto! Só não me pergunte nada. Não queira saber de mim uma explicação sobre qualquer coisa, pois nessa hora meu mal será o modo como ei de me expor e eventualmente revelar a confusa e, em certa medida, controversa lógica que guia meus passos.
Posso, inclusive, deixar à mostra as opiniões que a empáfia da sociedade me amordaça e a boa educação que a menina criada por ‘Mainha’ na pequenina cidade interiorana tem que lidar constantemente. O hábito de pensar por si, de ter opinião própria e, ainda mais, dizer aquilo que pensa é uma atitude repreensível em dadas épocas, sabiam?!
Uma noite de insônia, portanto, poderia destruir alguns tênues laços de amizade, se todo o cuidado não for tomado, visto que pra aguentar minhas excessivas verdades um amigo ou amilga precisaria já está calejado e ter adquirido os anticorpos para tanto. [Exagerando ou não. Estou escrevendo de madrugada!] Eu preciso mencionar que, sem conseguir explicar bem o porquê, adquiri uma mal-fadada fama de que eu teria um comportamento rude ou seria brava e temperamental quando estou assim demasiadamente franca, o que não se justifica. São as madrugadas!
Aliás, aqueles que leem o que vez por outra escrevo neste espaço já deve ter notado que eu seria o que se chamaria de ‘pessoa legal’, pelo menos na maior parte do tempo, que até transitaria despercebida pelas ruas, desde que em silêncio, se for tarde da noite, como acontece àqueles bichanos pardos nas noites enluaradas. Cuido em tentar me calar, vez por outra dormir, para evitar esses momentos e resguardar as conversas importantes ou sobre assuntos polêmicos para outra hora e ‘evitar a fadiga’ enquanto o sono não vem.
Eis uma estratégia de sobrevivência de um ser humano que aprendeu como a sinceridade é capaz de complicar o papo. O melhor que posso fazer para não perder o meu e nem o tempo do colega é esperar, caladinha, o amanhecer.