sábado, 27 de agosto de 2011

Fichar, fichar sempre, fichar tudo... Fichar até no blog!


      Esse cara consegue dizer exatamente o que eu quero dizer, por que quando uma amante do século XIX se pega estudando o sobre espacialidades no século XX desse jeito tão intenso, outra fala se faz necessária para explicar-se. (Seria essa a ordem do discurso??? hehehehehe)

 


  
    "A grande mania que obcecou o século XIX foi, como se sabe, a história: temas do desenvolvimento e da estagnação, temas da crise e do ciclo, temas da acumulação do passado, grande sobrecarga de mortos, resfriamento ameaçador do mundo. É no segundo princípio de termodínâmíca que o século XIX encontrou o essencial dos seus recursos mitológicos. A época atual seria talvez de preferência a época do espaço. Estamos na época do simultâneo, estamos na época da justaposição, do próximo e do longínquo, do lado a lado, do disperso. Estamos em um momento em que o mundo se experimenta, acredito, menos como uma grande via que se desenvolveria através dos tempos do que como uma rede que religa pontos e que entrecruza sua trama. Talvez se pudesse dizer que certos conflitos ideológicos que animam as polêmicas de hoje em dia se desencadeiam entre os piedosos descendentes do tempo e os habitantes encarniçados do espaço."

 [=)]
Referência:
FOUCAULT, Michel. Outros Espaços. In: Ditos e Escritos. Vol. III. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001, p. 411.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O que eu vou ser quando crescer? Vou ser como o Dom Quixote!

Em meio a fantasias e aventuras seguem os loucos pelo passado... Os sonhadores e os caminhantes que cruzam os tempos a procura de razões e revoluções são, pois, bisbilhoteiros e audaciosos cavaleiros a trilhar e a inventar histórias.
Imaginação, ilusão, criatividade... Além da epistemologia e dos fundamentos teórico-metodológicos, os historiadores são criaturas que olham o mundo com o coração ao se aventurar ou simplesmente mergulhar no fluxo das narrativas históricas.


Dom Quixote, talvez para além de Cervantes, é como l’historien, o ser que problematiza, que faz questionar, que vê diferente e que, de sua perspectiva inusitada, traceja desígnios contingentes.  
Uma criança descobrindo o mundo! Os monstros que precisam ser destruídos (dessacralizados)... A busca por um ausente que se faz presente quando nos dedicamos a discutir sobre ele...
É o universo quixotesco que quero ter para o resto da minha vida, quando eu entrar nos empoeirados arquivos, nos sites de todas as nacionalidades, vendo acervos de objetos e imagens, refletindo sobre práticas, ou quando eu estiver com ‘meus aluninhos’ (que saudades dos meus aluninhos!!!).
Os historiadores matam dragões por dia sem que a suas conquistas tenham visibilidade fora das cercas das universidades, mas ainda assim são perdidamente apaixonados por essa abstrata e curiosa ciência das temporalidades e espacialidades.
Otários que transpõem seu viço diante de livros e questionamentos sobre o impensado, ou repensando velhos questionamentos. O que é certo é certo!!! 

“Seria infligir à humanidade uma estranha mutilação recusar-lhe o direito de buscar, fora de qualquer preocupação de bem-estar, o apaziguamento de suas fomes intelectuais. À história, mesmo que fosse eternamente indiferente ao homo faber ou politicus, bastaria ser reconhecida como necessária ao pleno desabrochar do homo sapiens” (Marc Bloch).

Quando eu crescer eu quero ser uma historiadora, uma como Quixote... “por amor às causa perdidas”, mesmo que me chamem de otária (de novo!). =)

Muito prazer, meu nome é otário!
Vindo de outros tempos, mas sempre no horário.
Peixe fora d'água, borboletas no aquário.

Muito prazer, meu nome é otário,
Na ponta dos cascos e fora do páreo
Puro sangue, puxando carroça.

Um prazer cada vez mais raro
Aerodinâmica num tanque de guerra,
Vaidades que a terra um dia há de comer.

"Ás" de Espadas fora do baralho,
Grandes negócios, pequeno empresário...
Muito prazer, me chamam de otário!

Por amor às causas perdidas.
Tudo bem, até pode ser...
Que os dragões sejam moinhos de vento.

Tudo bem, seja o que for...
Seja por amor às causas perdidas!
Por amor às causas perdidas!!!

(Música linda: Dom Quixote, composta por Humberto Gessinger e Paulo Galvão)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Escreva a Sua História...

 Escreva a sua história na areia da praia,
Para que as ondas a levem através dos 7 mares;
Ate tornar-se lenda na boca de estrelas cadentes.

  
Conte a sua história ao vento,
Cante aos mares para os muitos marujos;
Cujos olhos são faróis sujos e sem brilho.

 
Escreva no asfalto com sangue,
Grite bem alto a sua história antes que ela seja varrida na
Manhã seguinte pelos garis.
  
Abra o peito em direção dos canhões,
Suba nos tanques de Pequim,
Derrube os muros de Berlim,
Destrua as cátedras de Paris.

Defenda a sua palavra,
A vida não vale nada se você não tem uma boa história pra contar.

(Texto escrito por Pedro Bial.)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Que tortura é escrever...

E está ficando pior! Cada frase, cada verbo, cada sequência a ser escrita é como a dor de um parto (como imagino que seja! Não vejo partos nem na TV para manter essa metáfora em meu plantel!). Os diários, as agendas, o twitter e o blog não estão ajudando tanto quanto eu esperava... Ainda sofro de verdade para que uma lauda se quer passe a existir. Parênteses, vírgulas, reticências, exclamações e Et Cetera: Tem dias que sonho com coisas assim!
Mas isso não é de hoje... Lembro de quando comecei a escrever artigos, aqueles que nunca vou publicar por questionar seus atributos, e quando descobri essa minha trágica limitação.
Assumo: SOU UMA MALDITA PERFECCIONISTA!!!
Preciso de inspiração; não me conformo se o que escrevo não tiver ritmo ou alma... Leio sobre todas as coisas, esperando achar imagens que provoquem minhas astúcias e que tragam novas metáforas para ocupar minha mente... Apanho da vida por querer fazer meus sentimentos verbalizáveis.
E olhe que não é tudo... O mundo estaria em perfeito equilíbrio caso eu fosse uma engenheira ou uma matemática, um dona-de-casa, ou quem sabe me dedicasse às artes plásticas (mas não!). Fui para o reino sorumbático dos textos, dos teóricos e dos conceitos, para as humanísticas ciências que existem por escrito e que tem o brado de seus integrantes feito no contraste entre o papel e os encadeamentos, nele marcados.
Como ser feliz assim, nesse mundo que tanto exige de mim escrever, escrever e escrever, sendo que isso é o que me causa mais aperreio e agonia? Bem, quem mandou gostar de uma vida aperreada, não é?! Escrevendo, continuo nessa minha sofrida, e também aprazível, existência sem grandes esperanças de melhoras.



*Precisava tanto falar isso pra alguém que achei que por extenso poderia ser melhor compreendido, embora não seja fácil de ser dito (escrito). Voltarei agora para os meus fichamentos, resumos e artigos... Tenho muito por escrever, sabe?! =/

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Meu par perfeito? Assim há de ser!


Basta ele ser inteligente, generoso, simpático, estudioso, honesto, manso, carinhoso, respeitador, atencioso, charmoso, provocante, cheiroso, caridoso, bonito, talentoso, aventureiro, sensato, companheiro, intenso, corajoso, gentil, feliz, caloroso, fiel, cuidadoso, simples, cúmplice, praticante de esportes, temente a Deus, sedento do meu carinho, obstinado a me conquistar, carente dos meus cuidados, o pai que sonhei para os meus filhos, inspiração de muitas das minhas prediletas composições, o meu maior fã, loucamente apaixonado por mim e capaz de entender a grandeza de tudo o que nos espera!

(kkkkkkkkkkkkkkk)

P.S.: Seria isso excesso de sarcasmo ou seria sério??? :P

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Toda boa história começa com “era uma vez...”?

E a minha tem de ser diferente???
 Os sonhos, como aqueles produzidos pelos Irmãos Grimm ou pela Walt Disney Company, podem ser calamitosos (ou não!) no imaginário infantil. Aquelas malditas princesas e sua busca por príncipes encantados, ou aqueles dramas enfrentados na forma de perversas madrastas, bruxas ou revoluções, pode também instigar reflexões atrevidas sobre como percorrer caminhos interessantes pela vida e mesmo pela ciência.


Venho desse mundo do Pato Donald! (não gosto do Mickey, além de rato, ele é bonzinho demais). O que posso fazer? Fui criança nos anos 90, lendo HQ’s da Disney (e da Turma da Mônica, antes de me deixarem ler as do Homem-Aranha e dos X-men), ouvindo Sandy & Júnior, e que passava horas assistindo animações na TV, desde os almanaques do Pateta até as mais absurdas astúcias do Gênio do Alladin, além de ter a Branca de Neve e a Alice como grandes companheiras dos primeiros anos de vida.
Pobres de nós, crianças dos anos 90! Mentes enlatadas pelos enlatados desenhos yankes, que se fizeram sonhadoras (ou decepcionadas), curiosas (e algumas vezes frustradas), audazes e aventureiras como seus heróicos ídolos (ou apenas expectadoras da vida). Todas essas crianças dos anos 90, infantilizadas e romantizadas diante daquelas imagens, apesar do tecnomundo de games e brinquedos de outras naturezas... mas que se quer reivindicam para si uma nostálgica e apaixonada saudade desses anos infantes de tranquilidade e felicidade, diferentemente daqueles dos anos 80.
E essa mania atemporal do ‘era uma vez...’? Esse romantismo que persegue até os mais rústicos (os quase-vikings)? Essa visão suspensa no tempo e no espaço que inicia uma narrativa quase sempre fabulosa de moçinhas e bandidos? Essas falas sobre lugares inóspitos ou mágicos que são tão fascinantes que se transformam muitas vezes em nossos refúgios como aconteceu com a Wendy e o Peter?


Oras! A minha narrativa segue esses requisitos. Quando penso nos super-personagens e no cenário de maravilhas e encantamento, no enredo muitas vezes confuso e paradoxal que requer um maior esforço para ter um feliz desenlace... Quando avalio uma história de paixões pelo território, pelos próximos e pelo poder, cujos atos devem ser considerados enquanto que encaixados como se faz a um quebra-cabeça de 1001 peças... Assim, fazem contos-de-fadas... Por que assim também não se faz história?  
As princesas e os astutos, a irreverência e o lugar incrível, o pó-de-fadas e o gato-de-botas? Bem, estes podem não estar em meus escritos, mas sempre em minhas lembranças.
Então, como pode??? Como vou ter certeza que eles não povoarão meus artigos e capítulos se fazem parte de toda a minha vida???
Vixe Maria! Vou contar uma história a partir das lembranças, das imagens e dos espaços construídos e recontados; vou contar uma história que foi editada e reeditada diversas vezes na memória de algumas pessoas, tal qual fez os Studios Disney com os clássicos contos infantis do reino do ‘era uma vez...’, e não poderei ter a certeza que fabulosos seres não estarão comigo.


[Porque eu acredito em fadas! Acredito, acredito!]



  Se for assim, preciso pedir cautela ao meu querido e amado orientador, cautelosos também devem ser os integrantes da banca de avaliação e os meus queridos pares da Academia... Não surpreenderia narrar sobre países extraordinários, espertos dragões ou papagaios cheios de ganância, caixas-fortes gigantes, castelos e cavernas, reis, rainhas e suricates. Aliás, influentes crianças que não querem crescer, ou aqueles que amam o que é desconhecido (e encantado), podem muito bem estar figurando enquanto eu falar sobre o admirável mundo de Caiçara do Rio dos Ventos.
Vamos à história?

Era uma vez, um rio grande do norte...