quarta-feira, 12 de junho de 2013

Caiçara comemora um centenário!

Há exatos 100 anos, uma história caiçarense começou. Uma história nascida pobre, tímida e Pires. Uma história feminina, sofrida e que inspira, até hoje, a população de uma cidade pequenina do sertão potiguar.
No dia 12 de Junho de 1913 nascia a filha caçula do senhor João Ferreira Pires, que fez de sua vida, de suas ações, de sua família e fez de suas memórias ser possível escrever uma grande parte do que se pode contar da história da cidade Caiçara do Rio do Vento. A mulher do senhor Joaquim Vitorino de Andrade, dedicada a suas filhas, netos e bisnetos, dedicou-se a sua religião, como figura atuante, dedicou-se aos assuntos da cidade, como figura pública emblemática, dedicou-se ao sustento dessa numerosa família, desenvolvendo as principais atividades econômicas possíveis neste seco e rude território, despertando fortes sentimentos em todos que a conheceram em vida.


INÊS PIRES DE ANDRADE...

A mulher de fibra, a mãe de belas moças, a senhora séria, a devota de São Sebastião, a avó respeitada, a senhora engajada e cheia de convicções, a minha vovó. Eu a conheci nos seus últimos anos de vida, cansada das provações do tempo, mas sempre com o vigor que demonstrou até aquele seu último natal.
Ela foi a melhor companheira que a infância no interior poderia oferecer, cuja casa era o refúgio das fugas para quando aprontasse em casa, onde o quintal poderia ser transformado pela imaginação com liberdade, apesar  da sua casa ser o lugar onde as ordens tinham que ser seguidas á risca e sem questionamentos. Gosto de pensar que fiquei curiosa e inventiva por causa da convivência com ela, assim como ter o gosto pelo passado e pelo meu lugar.
As tardes de domingo não são mais as mesmas desde aquele ‘24 de dezembro de 2000’, quando ela se foi, sendo a recordação constante que mantemos dela, homenageada pelo poder público da cidade (o nome da rua e a relevância na Câmara Municipal) e pelos seus familiares (na sua história em cordel, no Arraiá de D. Inês, entre outros) lembranças que são um conforto diante de tamanha saudade.

Hoje, nós (seus quase 120 descendentes) comemoramos o centenário da existência dessa matriarca caiçarense, amada, admirada e saudosa e que ainda nos dá orgulho quando nos identificamos por aí dizendo que somos filh@s/net@s/bisnet@s das “meninas de Inês Pires”.