terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Estou vendo estrelas!



Posso ter falado aqui que estudo sobre o espaço, mas provavelmente não mencionei sobre aqueles que me acompanham nessa odisséia quixotesca já há um ano. Lidamos com o infinito que possa caber em um ano. Astronomia? Astrologia? Astrofísica? Física quântica? Praticamente! O céu não é limite para as coisas que vamos contar nesse universo de possibilidades chamado HISTORIOGRAFIA. Não é não tenhamos limites... só o que temos... Mas aprender a voar nesse sublunar com as asas podadas faz parte do show!
O inventado nordeste é vivido e sentido todos os dias desse primeiro ano juntos; Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte... Todos juntos sem fazer voz uníssona nenhuma! Mesmo se fecho os olhos, poderia reconhecer cada sotaque, cada gargalhada, cada vício de linguagem e até seus silêncios... (Como houve irritantes silêncios entre esses tais que teorizam sobre espaços bem mais do que o experimentam).
E quantas variadas questões, quantos variados espaços são esses nossos... o sagrado, o viking, o patrimonial, monumental, o nacional, o boêmio, o egípcio, o espanhol, o quilombola, o toponímico, o masculino, o terrorista, o biográfico, o cotidiano, o da memória, o artístico, o escolar, o didático, o escravocrata, o urbano, o migrante... Tenho amigos de todos os cantos e de todos os espaços!!! =)
E juntos, nós fichamos, resenhamos, discutimos, conversamos, tramamos, confabulamos, tomamos café, editamos, viajamos, brigamos, aturamos, relevamos perdoamos e como nos amamos nesses tempos! Cansamos de tudo isso, mas não descansamos antes de cansarmos mais ainda... Foi aí que percebi que via estrelas.
Será isso um sintoma de estafa??? Algum médico desavisado poderia concluir que sim (eu não lhe daria crédito, já que aqueles que não são humanistas nem sempre vêm as coisas como nós!).
Seria algum transe psicodélico que tantas leituras e reflexões sobre lunáticos, filósofos, sociólogos e historiadores possa vir a provocar em uma frágil cabeça loira de porcelana? ...Essa certamente seria a hipótese mais aceita por alguns pais, mães, amigos, conhecidos e, inclusive, alguns desconhecidos nossos, mas não! Não é isso!!!
Falo sobre as estrelas.
Aquelas que iluminam, que encantam, que cativam, que brilham diante de nossos olhos apesar da pequenez ou da sua grandeza, que se destacam pela constelação que formam fraternalmente (às vezes nem tanto)... Falo da luz que só pode ser vista por estarem em meio à escuridão, por se entre olharem ligeiramente afastadas, mas sempre serão, para mim (que tenho a mania de só lembrar do era bom) uma combinação de astros.
Estrelas que estavam acesas antes de chegar a Natal... (Curiosos chamar de estrelas estes que apareceram numa cidade chamada assim...) Que brilharam na sala da justiça, nos seus modestos protestos de boicote, nas suas eventuais visitas ao Thomas, na “nossa sala”, nos corredores do Setor II e do CCHLA, no CFCH, na revista...
Se o meu amor [Durval] há de escrever a ‘história da saudade’, nada mais óbvio que eu venha aqui revelar que é exatamente isso que irei sentir quando olhar estrelas e lembrar esses apaixonantes seres celestiais. Cada um com dimensão e particularidade que, em conjunto, nunca serão esquecidos.
As estrelas a que me refiro ainda não podem ser vistas em Natal a olho nu... A incandescência de um mar de egocêntricos departamentais as faz passarem quase que despercebidas, mas estas estrelas que fazem a turma 2011 do PPGH ainda irão irradiar por muito tempo e por muitos outros lugares. Quero sempre poder ouvir falar de todos e de cada um desses quase-mestres, meus amigos, meus lindos e queridos amigos da história! 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Às vezes, eu tenho medo!


Num dia cabalístico, com esse papo recorrente de fim de mundo, várias profecias por aí a fora e eu aqui falando em medo... Redundâncias de Vitória?
Claro que não! Eu uma sou medrosa assumida e por ter ganhado uma manhã livre decidi escrever sobre isso hoje. Caí em mais um paradoxo dessas minhas auto-definições, mesmo que não tenha a pretensão de resolver com esse texto (que isso fique bem claro!).
Dizem que quem tem fé não tem medo, mas eu não acho que seja por aí... Considero o medo como algo exatamente oposto ao sonho, e sendo uma sonhadora também assumida, logo chego à bizarra conclusão de ser uma sonhadora-medrosa. Ainda bem, porque seria confirmar aquela velha teoria que diz que eu sou chata se eu fosse só uma coisa, e não essas entre-coisas. =) [Esse povo que lê Certeau fica assim!!!]
Sustos, surpresas e demais conspirações não são propriamente o que me abalam, pois sou também do ramo dos céticos, em certa medida, e não credito confiança a toda qualidade de sortilégios, embora não duvide de nenhum deles. Supostamente já os vi inclusive, de longo, mas vi... O fogo do Batatão, disco-voador, o fantasma do Coronel, dei notícia do Saci, do Chupa-cabra, de lobisomem, de Osama Bin Laden, de Jacob Rabe, do tarado do Campus, do papa-figo, do homem do saco, do velhinho pedófilo do Orkut e alguns outros - Vale salientar que eu sou míope, e meio surda quando quero!
Mas quando falo em medo, lembro que ele é um dos serviçais de minha imaginação e por isso as proporções das coisas que tenho medo são muitas vezes exorbitantes, irracionais até, alucinadas. Não é loucura, é liberdade poética, tá?!
E sobre os medos? Tem de todo tamanho, cor e qualidade: Medo de altura, medo do escuro, medo do mar, medo de velocidade, medo de trovão, medo de terremoto, medo de tsunami, medo de bicho, medo de banho, medo de lugar fechado, medo de doença, medo de gente, medo de cidade grande, medo de multidão, medo do feio, medo da miséria, medo da burrice, medo do que é diferente, medo de gostar do que é diferente, medo de estar longe, mas também tem o medo da solidão, o medo de perder, o medo da ira alheia e da sua própria, o medo da conquista, o medo da vitória, o medo de amar... haja medo, nesse mundo de meu Deus!
Tem gente que tem medo de tudo, esse tem pânico; tem gente que diz que não tem medo de nada [eu duvido!]; tem gente que sequer se permite viver por medo; e tem aqueles que fazem dos desafios a seus medos o grande motivo de vida...  E o medo da morte? Esse pode explicar muito dos tipos de medos já citados, e muitos outros! O medo de ser esquecido, de ser substituído, o medo de não ser ninguém, o medo de não fazer sentido. Sem falar na violência, no desrespeito, nas chagas que ficam nas vítimas dos que têm tais traumas e nos que vêm os olhos dos que vivem apavorados.
É um mundo cheio de medos e de corajosos também. Não é pela convivência com o medo que as pessoas não podem fazer o novo, começar... Serem astuciosos e arriscar de vez em quando!!! Os sonhadores [=)], os ousados, os revolucionários, os transgressores, os despudorados, os desavisados, os desmiolados, e mesmo os ‘descalados’ (invenções de Ana C.)... os que tem esperança destacam-se nessa polifonia de terrores e dão graça e leveza a vivências que guardam tristezas.
Veja só: não contei quais desses são os meus medos e o texto já no final...  bem na hora de voltar pra os estudos...
Fica pra próxima!!!
Vixe!!! Vou acabar falando de medo de novo... É, cada um com seus problemas!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Tem jeito!!!!



Essa imagem passou os últimos tempos como papel de parede do meu PC, tentando me convencer que o  mundo é multicor... Pois bem! O 'Pequeno Príncipe' voltou!!!! =)

Vibrações positivas a todos.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Vi-tó-ria... aos cacos, trancos e barrancos.

     Dias difíceis, muita pressão, cobranças e questionamentos sobre o que vai ser da minha vida daqui em diante. Num passeio curto e rápido vi esse escrito do "meu amigo Fell" (do SeuZé) e pensei: 
     'Como eu não sei o que ser, mais complexo seria dizer como eu tô querendo ser!' [note-se que estou bem confusa e atormentada com algumas circunstâncias da vida.] #MestrandosMalditos
     Mas apesar do devaneio psicótico dessa minha reflexão, vi no texto dele que mesmo enquanto nem falava de mim, dizia o que eu queria ter dito e de um jeito que é bom de entender. Trouxe-o aqui pra alegrar a vista com a poesia de quem tá sabendo das coisas, que não é o meu caso. =/


Se o meu mundo me basta, o que eu tô fazendo aqui? Se só se cresce e se envelhece uma vez na vida, porque deixei pra trás minhas crianças e velhinhos e tô perdendo isso? Só queria saber se vai valer a pena...

sábado, 27 de agosto de 2011

Fichar, fichar sempre, fichar tudo... Fichar até no blog!


      Esse cara consegue dizer exatamente o que eu quero dizer, por que quando uma amante do século XIX se pega estudando o sobre espacialidades no século XX desse jeito tão intenso, outra fala se faz necessária para explicar-se. (Seria essa a ordem do discurso??? hehehehehe)

 


  
    "A grande mania que obcecou o século XIX foi, como se sabe, a história: temas do desenvolvimento e da estagnação, temas da crise e do ciclo, temas da acumulação do passado, grande sobrecarga de mortos, resfriamento ameaçador do mundo. É no segundo princípio de termodínâmíca que o século XIX encontrou o essencial dos seus recursos mitológicos. A época atual seria talvez de preferência a época do espaço. Estamos na época do simultâneo, estamos na época da justaposição, do próximo e do longínquo, do lado a lado, do disperso. Estamos em um momento em que o mundo se experimenta, acredito, menos como uma grande via que se desenvolveria através dos tempos do que como uma rede que religa pontos e que entrecruza sua trama. Talvez se pudesse dizer que certos conflitos ideológicos que animam as polêmicas de hoje em dia se desencadeiam entre os piedosos descendentes do tempo e os habitantes encarniçados do espaço."

 [=)]
Referência:
FOUCAULT, Michel. Outros Espaços. In: Ditos e Escritos. Vol. III. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001, p. 411.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O que eu vou ser quando crescer? Vou ser como o Dom Quixote!

Em meio a fantasias e aventuras seguem os loucos pelo passado... Os sonhadores e os caminhantes que cruzam os tempos a procura de razões e revoluções são, pois, bisbilhoteiros e audaciosos cavaleiros a trilhar e a inventar histórias.
Imaginação, ilusão, criatividade... Além da epistemologia e dos fundamentos teórico-metodológicos, os historiadores são criaturas que olham o mundo com o coração ao se aventurar ou simplesmente mergulhar no fluxo das narrativas históricas.


Dom Quixote, talvez para além de Cervantes, é como l’historien, o ser que problematiza, que faz questionar, que vê diferente e que, de sua perspectiva inusitada, traceja desígnios contingentes.  
Uma criança descobrindo o mundo! Os monstros que precisam ser destruídos (dessacralizados)... A busca por um ausente que se faz presente quando nos dedicamos a discutir sobre ele...
É o universo quixotesco que quero ter para o resto da minha vida, quando eu entrar nos empoeirados arquivos, nos sites de todas as nacionalidades, vendo acervos de objetos e imagens, refletindo sobre práticas, ou quando eu estiver com ‘meus aluninhos’ (que saudades dos meus aluninhos!!!).
Os historiadores matam dragões por dia sem que a suas conquistas tenham visibilidade fora das cercas das universidades, mas ainda assim são perdidamente apaixonados por essa abstrata e curiosa ciência das temporalidades e espacialidades.
Otários que transpõem seu viço diante de livros e questionamentos sobre o impensado, ou repensando velhos questionamentos. O que é certo é certo!!! 

“Seria infligir à humanidade uma estranha mutilação recusar-lhe o direito de buscar, fora de qualquer preocupação de bem-estar, o apaziguamento de suas fomes intelectuais. À história, mesmo que fosse eternamente indiferente ao homo faber ou politicus, bastaria ser reconhecida como necessária ao pleno desabrochar do homo sapiens” (Marc Bloch).

Quando eu crescer eu quero ser uma historiadora, uma como Quixote... “por amor às causa perdidas”, mesmo que me chamem de otária (de novo!). =)

Muito prazer, meu nome é otário!
Vindo de outros tempos, mas sempre no horário.
Peixe fora d'água, borboletas no aquário.

Muito prazer, meu nome é otário,
Na ponta dos cascos e fora do páreo
Puro sangue, puxando carroça.

Um prazer cada vez mais raro
Aerodinâmica num tanque de guerra,
Vaidades que a terra um dia há de comer.

"Ás" de Espadas fora do baralho,
Grandes negócios, pequeno empresário...
Muito prazer, me chamam de otário!

Por amor às causas perdidas.
Tudo bem, até pode ser...
Que os dragões sejam moinhos de vento.

Tudo bem, seja o que for...
Seja por amor às causas perdidas!
Por amor às causas perdidas!!!

(Música linda: Dom Quixote, composta por Humberto Gessinger e Paulo Galvão)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Escreva a Sua História...

 Escreva a sua história na areia da praia,
Para que as ondas a levem através dos 7 mares;
Ate tornar-se lenda na boca de estrelas cadentes.

  
Conte a sua história ao vento,
Cante aos mares para os muitos marujos;
Cujos olhos são faróis sujos e sem brilho.

 
Escreva no asfalto com sangue,
Grite bem alto a sua história antes que ela seja varrida na
Manhã seguinte pelos garis.
  
Abra o peito em direção dos canhões,
Suba nos tanques de Pequim,
Derrube os muros de Berlim,
Destrua as cátedras de Paris.

Defenda a sua palavra,
A vida não vale nada se você não tem uma boa história pra contar.

(Texto escrito por Pedro Bial.)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Que tortura é escrever...

E está ficando pior! Cada frase, cada verbo, cada sequência a ser escrita é como a dor de um parto (como imagino que seja! Não vejo partos nem na TV para manter essa metáfora em meu plantel!). Os diários, as agendas, o twitter e o blog não estão ajudando tanto quanto eu esperava... Ainda sofro de verdade para que uma lauda se quer passe a existir. Parênteses, vírgulas, reticências, exclamações e Et Cetera: Tem dias que sonho com coisas assim!
Mas isso não é de hoje... Lembro de quando comecei a escrever artigos, aqueles que nunca vou publicar por questionar seus atributos, e quando descobri essa minha trágica limitação.
Assumo: SOU UMA MALDITA PERFECCIONISTA!!!
Preciso de inspiração; não me conformo se o que escrevo não tiver ritmo ou alma... Leio sobre todas as coisas, esperando achar imagens que provoquem minhas astúcias e que tragam novas metáforas para ocupar minha mente... Apanho da vida por querer fazer meus sentimentos verbalizáveis.
E olhe que não é tudo... O mundo estaria em perfeito equilíbrio caso eu fosse uma engenheira ou uma matemática, um dona-de-casa, ou quem sabe me dedicasse às artes plásticas (mas não!). Fui para o reino sorumbático dos textos, dos teóricos e dos conceitos, para as humanísticas ciências que existem por escrito e que tem o brado de seus integrantes feito no contraste entre o papel e os encadeamentos, nele marcados.
Como ser feliz assim, nesse mundo que tanto exige de mim escrever, escrever e escrever, sendo que isso é o que me causa mais aperreio e agonia? Bem, quem mandou gostar de uma vida aperreada, não é?! Escrevendo, continuo nessa minha sofrida, e também aprazível, existência sem grandes esperanças de melhoras.



*Precisava tanto falar isso pra alguém que achei que por extenso poderia ser melhor compreendido, embora não seja fácil de ser dito (escrito). Voltarei agora para os meus fichamentos, resumos e artigos... Tenho muito por escrever, sabe?! =/

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Meu par perfeito? Assim há de ser!


Basta ele ser inteligente, generoso, simpático, estudioso, honesto, manso, carinhoso, respeitador, atencioso, charmoso, provocante, cheiroso, caridoso, bonito, talentoso, aventureiro, sensato, companheiro, intenso, corajoso, gentil, feliz, caloroso, fiel, cuidadoso, simples, cúmplice, praticante de esportes, temente a Deus, sedento do meu carinho, obstinado a me conquistar, carente dos meus cuidados, o pai que sonhei para os meus filhos, inspiração de muitas das minhas prediletas composições, o meu maior fã, loucamente apaixonado por mim e capaz de entender a grandeza de tudo o que nos espera!

(kkkkkkkkkkkkkkk)

P.S.: Seria isso excesso de sarcasmo ou seria sério??? :P

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Toda boa história começa com “era uma vez...”?

E a minha tem de ser diferente???
 Os sonhos, como aqueles produzidos pelos Irmãos Grimm ou pela Walt Disney Company, podem ser calamitosos (ou não!) no imaginário infantil. Aquelas malditas princesas e sua busca por príncipes encantados, ou aqueles dramas enfrentados na forma de perversas madrastas, bruxas ou revoluções, pode também instigar reflexões atrevidas sobre como percorrer caminhos interessantes pela vida e mesmo pela ciência.


Venho desse mundo do Pato Donald! (não gosto do Mickey, além de rato, ele é bonzinho demais). O que posso fazer? Fui criança nos anos 90, lendo HQ’s da Disney (e da Turma da Mônica, antes de me deixarem ler as do Homem-Aranha e dos X-men), ouvindo Sandy & Júnior, e que passava horas assistindo animações na TV, desde os almanaques do Pateta até as mais absurdas astúcias do Gênio do Alladin, além de ter a Branca de Neve e a Alice como grandes companheiras dos primeiros anos de vida.
Pobres de nós, crianças dos anos 90! Mentes enlatadas pelos enlatados desenhos yankes, que se fizeram sonhadoras (ou decepcionadas), curiosas (e algumas vezes frustradas), audazes e aventureiras como seus heróicos ídolos (ou apenas expectadoras da vida). Todas essas crianças dos anos 90, infantilizadas e romantizadas diante daquelas imagens, apesar do tecnomundo de games e brinquedos de outras naturezas... mas que se quer reivindicam para si uma nostálgica e apaixonada saudade desses anos infantes de tranquilidade e felicidade, diferentemente daqueles dos anos 80.
E essa mania atemporal do ‘era uma vez...’? Esse romantismo que persegue até os mais rústicos (os quase-vikings)? Essa visão suspensa no tempo e no espaço que inicia uma narrativa quase sempre fabulosa de moçinhas e bandidos? Essas falas sobre lugares inóspitos ou mágicos que são tão fascinantes que se transformam muitas vezes em nossos refúgios como aconteceu com a Wendy e o Peter?


Oras! A minha narrativa segue esses requisitos. Quando penso nos super-personagens e no cenário de maravilhas e encantamento, no enredo muitas vezes confuso e paradoxal que requer um maior esforço para ter um feliz desenlace... Quando avalio uma história de paixões pelo território, pelos próximos e pelo poder, cujos atos devem ser considerados enquanto que encaixados como se faz a um quebra-cabeça de 1001 peças... Assim, fazem contos-de-fadas... Por que assim também não se faz história?  
As princesas e os astutos, a irreverência e o lugar incrível, o pó-de-fadas e o gato-de-botas? Bem, estes podem não estar em meus escritos, mas sempre em minhas lembranças.
Então, como pode??? Como vou ter certeza que eles não povoarão meus artigos e capítulos se fazem parte de toda a minha vida???
Vixe Maria! Vou contar uma história a partir das lembranças, das imagens e dos espaços construídos e recontados; vou contar uma história que foi editada e reeditada diversas vezes na memória de algumas pessoas, tal qual fez os Studios Disney com os clássicos contos infantis do reino do ‘era uma vez...’, e não poderei ter a certeza que fabulosos seres não estarão comigo.


[Porque eu acredito em fadas! Acredito, acredito!]



  Se for assim, preciso pedir cautela ao meu querido e amado orientador, cautelosos também devem ser os integrantes da banca de avaliação e os meus queridos pares da Academia... Não surpreenderia narrar sobre países extraordinários, espertos dragões ou papagaios cheios de ganância, caixas-fortes gigantes, castelos e cavernas, reis, rainhas e suricates. Aliás, influentes crianças que não querem crescer, ou aqueles que amam o que é desconhecido (e encantado), podem muito bem estar figurando enquanto eu falar sobre o admirável mundo de Caiçara do Rio dos Ventos.
Vamos à história?

Era uma vez, um rio grande do norte...



quinta-feira, 12 de maio de 2011

Eu tenho que falar, viu... Mas sobre o quê???

Natureza ou paisagem? Área ou território? Local, lugar ou espaço? Identidade ou territorialidade? Territorialização, desterritorialização ou reterritorialização? Imagem ou representação? Poder ou hegemonia? Ideologia ou imaginário? Utopia ou heterotopia? Escrita ou escritura? Fala ou discurso?
Acordar, comer, conversar, conviver, dormir... Aff! São esses atos assustadores agora que tantas dúvidas povoam minha rotina... Como poderei olhar para um inocente ‘misto quente’ e dizer que este seria meu sanduíche predileto quando ando problematizando até mesmo a minha concepção de apego com as coisas?

Agora danou-se! Estou nos espaços. Ando pelos lugares e também pelos não-lugares... Em todos eles: os espaços abertos, fechados, lisos ou estriados, os “subalternos”, os míticos, os místicos, os literários, imaginados, inventados, poéticos, os praticados, os experimentados, os espaços sonhados, os naturalizados e cristalizados, os coloniais, os pós-coloniais, os pós-anticoloniais, os materiais e imateriais, os ciberespaços, e até os empíricos, geográficos.
Meu repertório de devaneios está em franca expansão agora!!!
Dizer que eu sou eu... Definir-me... Bem, isso precisaria de um contexto histórico, talvez! Agora sou (quero ser, na verdade) uma estudante de história espacial, que ainda duvida e vive na mágica corda banda entre as agonias e aperreios da ciência e da arte. Jamais deixarei de ser da turma de 2003, das meninas do C.A., das AMILGAS, lá do interior de Caiçara do Rio dos Ventos, professora da Gameleira que ainda não cansou de bordar...
Enfim, estou mudando de perspectivas e sensibilidades para com a vida, crescendo e ficando melhor (talvez!), mas o que sei agora é que todas essas novas teorias e discussões me fazem ter certeza que ainda sou eu mesma... Seja no Heave Metal ou no Forró (coisa impensável há bem pouco tempo!!), que expõe o que pensa e sente no cibermundo (quem diria!!!) e ainda assim permanentemente confusa e obscura com suas coisas.
São essas as novas dimensões da minha vida, que ainda preciso me adaptar... Reapreender a ser e a estar no mundo. Eita que as aulas de Durval estão fazendo efeito... Ando teorizando, ora mais! Deve ter a ver também com o tempo que volto a ter no ócio para a reflexão; E como eu tenho refletido. Aff!
Comparações e simples observações, deduções, induções, experimentações... Atrevo-me aos métodos da vida com outras ousadias (Será ainda resquícios de O.P.?). Acho que está tudo numa fase muito inicial da análise! Preciso de mais tempo, mais ócio e mais espaço para concluir esse raciocínio... Serei ainda braudeliana?

*Texto produzindo após uma das aulas do professor Santiago Júnior. Deu pra perceber??? =D

sábado, 19 de março de 2011

Foi como o mundo acabando...

Passada a fase de transição, entre o fim do mundo e aqui, sobrevivemos pois! Muito estrago de vida, muito "perrengue", muita chuva, muito frio, e um bucado de saliência que era tudo, menos mineira... Ouro Preto é riqueza, inclusive no carnaval!
A ideia veio há alguns anos, mas não é que reunir potiguares aventureiras levou tempo (03 anos, pra ser bem exata!),foi o tempo que levou para o carnaval mineiro tornar-se interessante para gaúchos e cariocas, paulistas e até nordestinos.
Chegar lá nem deu tanto trabalho (ou quase!), e ficar lá... Aff! Bastava um pouco de açúcar. Nesse carnaval virei 'meu bem' -vou sentir saudades de ser chamada assim. Saudades também dos blocos, das ciumentas repúblicas, das ladeiras, das presepadas, das amilgas, tudo maravilha e floreado!

Deveria ser artigo da Constituição: "Ao viajar para outro estado da federação todo brasileiro tem direito de levar sua Paulinha e sua Laurinha"... As memórias das viagens ficariam mais interessantes, visse?! Ah, o artigo ainda poderia vir a ser complementado por um parágrafo único... "A adição de dez cearenses animados e simpáticos, que adorem Caicó e tudo mais que for do RN, deve ser uma possibilidade".
A obediência de uma legislação dessa faria com que o carnaval de muita gente fosse quase perfeito... apesar das ausências marcantes, não é Juliany?!
Aconteceu de tudo! Vendemos algodão doce, nos decobrimos 'velhos' para tanta loucura, e quando vi uma noiva passeando na chuva de madrugada, acompanhada de um enfermeira e com o grande 'Shupla', além de uma criatura de cabelo rosa e franginha e Batatinha atrás delas, desisti de entender... He he he he! Que carnaval foi esse???
Quando soou o forró na Serra Mineira? Festa nossa!Quando tocou Ricardo Chaves? Festa nossa também! Mas quando o som era eletrônico, funk, axé, pagode e tudo mais... a gente festejava junto com o resto do povo! Com direito a fazer turismo... CARNAVAL BOM, UAI!
BAH...
Ainda teve o elemento surpresa que só apareceu após uma crise alérgica... aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, o carnaval ainda reservava provações... Pois não é que resisti!
Mas se fosse pra eleger uma ousadia, uma lembrança a ser reportada quando falar desse carnaval de 2011, vou sempre comentar do povo atrevido e gaiato que se meteu comigo e que eu protejo e protegerei enquanto amar sua lembrança pelo codnome de 'meu bem'. =D
Vai ser difícil superar esse carnaval... mas se alguém me pedir a receita eu vou dizer que alegria não é artigo de luxo e disposição deve ser acumulada, que não tem erro! É fervo, é fervo, é fervo lá em OURO PRETO!!!

Voltei!

O regresso é a melhor parte de uma viagem! Isso sempre foi uma máxima para mim e agora não havia de ser diferente... Por melhor ou pior que tenha sido o destino ao ser comparado à minha origem.
Minha cama, minhas manhas, meu amado sossego, Mainha, Painho, minha preta... Tudo que é só meu, e até mesmo o calor caudaloso e constante, a brisa sertaneja quente, o silêncio muitas vezes irritante... Coisa boa é voltar pra casa com história pra contar!!!
Volto, pois, a postar aqui depois de longos 2 meses de reclusão cibernética (precisava dessa abstinência!), e volto pra tantas outras coisas nesse exato momento que nem sei bem por onde começar a historiar... Ando em trânsito pesado ultimamente!
Primeiro estou de volta a 'blogar', já que 2011 até agora impedia de gastar meus argumentos escrevendo e refletindo coisas outras que não fossem sobre historiografia, posto que na minha banca de avaliação "o côco era seco!" (já que, reunia pessoas deveras rigorosas). Mestranda, pois! =D
Estou voltando das férias... das férias que mais estudei, fichei, resenhei, isso é verdade, mas ainda assim férias que aproveitei, apaixonando por primo, inclusive! Amor de verão junto com amor de primo - para sempre enquanto dura.
O trabalho nesse ano está com gosto de desafio... de triatlon! =P Fazer melhor o que me proponho e em menos tempo é a meta... quem sabe agora eu consiga.
Estou voltando às aulas! Não que o ano passado eu não tenha sofrido com as teorias macroeconômicas e razonetes, mas ler sobre métodos administrativos não instigam minha curiosidade como l'histoire... estava com saudades de complicar-me!!! Ei de estudar de verdade agora... Ser uma 'moçinha' que quer conhecer bem os espaços (comprometida em tentar, pelo menos!).
Estou voltando para Natal. Morar aqui, no lugar que estão meus grandes amigos, meus mestres, meus amores e onde aprendi a ser 'gente grande'. O meu pedido de reveillon está se realizando com jeito que há de superar as boas lembranças e expectativas dessa cidade. Vou a outro canto pra chamar de meu e tentar agora na convivência (e não mais sozinha) ser potiguar de nome e de fato.

Eita que isso não acaba mais... Estou voltando também pra UFRN , para o CCHLA e para História! Minha outra casa, onde as pessoas entendem o que falo e que eu as entendo em plenitude. Onde encontro os meus! Voltar pra cá faz a vida de quem tanto quer compreender sobre o passado encher-se de felicidade.
Pois é! Voltar pra Caiçara não é central nesse texto, nem nesse momento. Agora eu tô voltando pra minha loucura... idas, vindas e falta de tempo, de disposição para 'fazer social' e tantas possibilidades. Volto para onde sai a contra-gosto, por um medo imaturo e desmedido de perder.
Curioso é que volto a ter medo dessa assombrosa perda, mas o risco desta vez está me seduzindo e me fazendo querer arriscar e tentar... Não quero deixar de ser feliz, mas a agonia, que só quem é 'urbano' conhece, tem angustiado a minha traquilidade. Vou então! Voltar e tentar também assim ser feliz... agoniada, aperriada, atrasada e sempre.

Caiçara, 13 de março de 2011.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Para felicidade geral da nação: 2011 começa com uma piada de historiador!


"Um ônibus repleta de profissionais de Ciências Humanas passava por uma via expressa sob forte tempestade, quando, numa brusca derrapada, capota violentamente e não deixa sobreviventes. Então, a alma de todos desce para o Hades, onde deverão ser julgados.
Acontece que, no momento, há um problema de superpopulação no outro plano. Muitas pessoas têm morrido ao mesmo tempo; o tráfego para todas as subdivisões do Hades anda intenso, resultando em longas filas de espera; a Ilha dos Bem-Aventurados, cheia de grandes celebridades, tem sofrido com sérios problemas ambientais; os Campos Elísios vivem dando dor-de-cabeça com a imensa quantidade de grupos de sem-terra, sem-teto e corretores de imóveis; o Tártaro, então, nem se fala: vive abarrotado de gente, e com a falta de instrumentos e instalações apropriadas para os torturadores, muita gente ainda tem que esperar muito tempo para receber a devida punição, embora a espera cansativa já valha como uma (isto sem falar das inúmeras pessoas punidas mais de uma vez ou que sofrem condenações erradas, devido a falhas no sistema e, às vezes, à corrupção); para completar, o ciclo de reencarnações anda cada vez mais complicado, já que o sistema de cadastramento, antiquado, não tem dado vazão, lotando os saguões de espera. Enfim, o outro plano está um completo caos.
Por isso, Hades optou, como método provisório, apenas aceitar os casos mais extremos e especiais, deixando as outras almas vagando na fronteira até que a situação no Submundo se regularize.
Pois bem, lá foi o primeiro dos rapazes dos rapazes acidentados diante de Radamanto.
- Que fizeste em vida? - Pergunta o nobre Juiz.
- Bem... Me formei em Biblioteconomia, e...
- Pode parar, pode parar! Fui instruído a só aceitar os casos extremos. Ninguém lembra que você existe, qualquer um pode fazer o seu trabalho, e você não fede e nem cheira. Volte e espere mais alguns milênios.
E retorna o bibliotecônomo desolado. Vai então outro rapaz:
- Que fizeste em vida?
- Bem... Me formei em Geografia, e...
- Pode parar, pode parar! Você com certeza optou por esta carreira porque estava indeciso no momento do vestibular, não é? Não minta pra mim, mortal, possuo o histórico de sua vida. Foi um vagabundo a faculdade inteira, só queria saber de chopada e de posar de "revolucionário", e no fim acabou fazendo concurso público pra qualquer coisa só para arrumar um cabide... Nem continue a falar! Teu lugar é o Tártaro!
E lá foi o geógrafo para a terra das punições terríveis. Segue mais um rapaz:
- Que fizeste em vida?
- Ui, que aflição... Me formei em Letras, e...
- Pode parar, pode parar! Hmmm... Acredito que você sabe o caminho. Tártaro!
E foi o alegre rapaz para o Tártaro. Eis que vem o historiador:
- Que fize...
- Pode parar, pode parar! - interrompe o historiador - Que fazes neste mundo?
- Ora! Mas que ousadia! Sou um Juiz do Submundo, decido o destino de cada alma desencarnada!
- Cargo bom, de autoridade, não é? Mas com certeza não prestou concurso nenhum, não foi? Certamente foi peixe de Hades, escolhido a dedo pelo chefão, não é?
- Bem... É... Sim, mas...
- Agora me diga, qual a sua formação? Aliás, você tem algum curso sequer? Prestou vestibular, teve problemas com a grade de horários, lutou por um diploma como um humano qualquer?
- Como ousa?... Ora... Não... Bem...
- Pois agora me pergunte o que fiz em vida! Vamos!
- É... Que fizeste em vida, mortal?
- Estudei feito um condenado para entrar para a faculdade. Cheguei crente que me tornaria um Indiana Jones e saí professor de CIEP. Não consegui bolsa nenhuma porque não fazia parte do séquito de nenhum professor. Tive que trocar de tema de monografia umas quatro vezes. Saí da faculdade sem saber o que fazer, pra onde ir. Morri de raiva por minha carreira possui paradoxalmente um status tão elevado e uma remuneração tão baixa. Minha namorada me deixou, porque não suportava ir ao cinema comigo. Eu tinha psicólogo porque não suportava o mundo que não me entendia, esse mundo de funk, de Veja, e Márcia Goldsmitch, de novela do Manoel Carlos, de Meia Hora de Notícias... Me decepcionei mais que todos no meu pais por causa daqueles a quem apoiei na política... Enfim, fui um desgraçado, mal-remunerado, incompreendido, deslocado... Acha que devo vagar por aí? Acha que devo ir por Tártaro?
- É, tens razão... - comove-se Radamanto - Vá para os Campos Elísios, que é teu lugar de direito.
E o historiador começou a comemorar. Nisto já vem outro rapaz:
- Que fizeste tu?
- Bem... Eu era o motorista do ônibus que sofreu o acidente...
- Pode parar, poder parar! Siga imediatamente para a Ilha dos Bem-Aventurados. Aliás, teu lugar é a ala VIP!
E o historiador, que não tinha saído ainda, indigna-se e pergunta:
- Ora! Mas porque a mim, após toda a história que ouviste, me manda para os Campos Elísios, e ao companheiro, sem ofensa, um reles motorista de ônibus, mandas imediatamente para a Ilha dos Bem-Aventurados?
- Pois que este realizou um sacrifício muito maior que todos nós reunidos.
- E que diabo de sacrifício foi este???
-Suportou um ônibus repleto de profissionais de Humanas por mais que 5 segundos...



MORAIS DA HISTÓRIA
1- Piada de historiador tem que ser grande, ou seja, tem que ter história.
2- Alguém conhece alguma piada de historiador? Não? Por que será?
3- A piada quase não teve graça. Mas pelo esforço criativo, acho que merece ao menos um sorriso de canto de boca." =D

(Texto de autoria desconhecida, que gostei muito!)

Por falar em historiadores... janeiro é o mês que vou me dedicar a chegar mais perto de ser uma historiadora, por isso não vou abandonar a 'blogosfera', mas dar um tempo!

Cheiros a todos que dedicam um tempinho e leem o que escrevo aqui!

Até breve e torçam por mim, visse?! ;D