Posso ter falado aqui que estudo sobre o espaço, mas
provavelmente não mencionei sobre aqueles que me acompanham nessa odisséia
quixotesca já há um ano. Lidamos com o infinito que possa caber em um ano. Astronomia? Astrologia? Astrofísica? Física quântica? Praticamente! O céu não é limite para as coisas que vamos
contar nesse universo de possibilidades chamado HISTORIOGRAFIA. Não é não
tenhamos limites... só o que temos... Mas aprender a voar nesse sublunar com as
asas podadas faz parte do show!
O inventado nordeste é vivido e sentido todos os dias desse
primeiro ano juntos; Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do
Norte... Todos juntos sem fazer voz uníssona nenhuma! Mesmo se fecho os olhos,
poderia reconhecer cada sotaque, cada gargalhada, cada vício de linguagem e até
seus silêncios... (Como houve irritantes silêncios entre esses tais que
teorizam sobre espaços bem mais do que o experimentam).
E quantas variadas questões, quantos variados espaços são
esses nossos... o sagrado, o viking, o patrimonial, monumental, o nacional, o
boêmio, o egípcio, o espanhol, o quilombola, o toponímico, o masculino, o
terrorista, o biográfico, o cotidiano, o da memória, o artístico, o escolar, o
didático, o escravocrata, o urbano, o migrante... Tenho amigos de todos os
cantos e de todos os espaços!!! =)
E juntos, nós fichamos, resenhamos, discutimos, conversamos,
tramamos, confabulamos, tomamos café, editamos, viajamos, brigamos, aturamos,
relevamos perdoamos e como nos amamos nesses tempos! Cansamos de tudo isso, mas
não descansamos antes de cansarmos mais ainda... Foi aí que percebi que via
estrelas.
Será isso um sintoma de estafa??? Algum médico desavisado
poderia concluir que sim (eu não lhe daria crédito, já que aqueles que não são
humanistas nem sempre vêm as coisas como nós!).
Seria algum transe psicodélico que tantas leituras e
reflexões sobre lunáticos, filósofos, sociólogos e historiadores possa vir a
provocar em uma frágil cabeça loira de porcelana? ...Essa certamente seria a
hipótese mais aceita por alguns pais, mães, amigos, conhecidos e, inclusive,
alguns desconhecidos nossos, mas não! Não é isso!!!
Falo sobre as estrelas.
Aquelas que iluminam, que encantam, que cativam, que brilham
diante de nossos olhos apesar da pequenez ou da sua grandeza, que se destacam
pela constelação que formam fraternalmente (às vezes nem tanto)... Falo da luz
que só pode ser vista por estarem em meio à escuridão, por se entre olharem
ligeiramente afastadas, mas sempre serão, para mim (que tenho a mania de só
lembrar do era bom) uma combinação de astros.
Estrelas que estavam acesas antes de chegar a Natal... (Curiosos
chamar de estrelas estes que apareceram numa cidade chamada assim...) Que
brilharam na sala da justiça, nos seus modestos protestos de boicote, nas suas
eventuais visitas ao Thomas, na “nossa sala”, nos corredores do Setor II e do
CCHLA, no CFCH, na revista...
Se o meu amor [Durval] há de escrever a ‘história da saudade’,
nada mais óbvio que eu venha aqui revelar que é exatamente isso que irei sentir
quando olhar estrelas e lembrar esses apaixonantes seres celestiais. Cada um
com dimensão e particularidade que, em conjunto, nunca serão esquecidos.
As estrelas a que me refiro ainda não podem ser vistas em
Natal a olho nu... A incandescência de um mar de egocêntricos departamentais as
faz passarem quase que despercebidas, mas estas estrelas que fazem a turma 2011
do PPGH ainda irão irradiar por muito tempo e por muitos outros lugares. Quero
sempre poder ouvir falar de todos e de cada um desses quase-mestres, meus
amigos, meus lindos e queridos amigos da história!