segunda-feira, 22 de abril de 2013

De madrugada!


Sofro de excesso de sinceridade durante as madrugadas.
Não chego a ser daquelas chatas que não para de falar sobre um assunto qualquer, que abre o coração, que chora nos bate-papos da vida ou nas mesas de bares de cada dia. Não é para tanto! Só não me pergunte nada. Não queira saber de mim uma explicação sobre qualquer coisa, pois nessa hora meu mal será o modo como ei de me expor e eventualmente revelar a confusa e, em certa medida, controversa lógica que guia meus passos.
Posso, inclusive, deixar à mostra as opiniões que a empáfia da sociedade me amordaça e a boa educação que a menina criada por ‘Mainha’ na pequenina cidade interiorana tem que lidar constantemente. O hábito de pensar por si, de ter opinião própria e, ainda mais, dizer aquilo que pensa é uma atitude repreensível em dadas épocas, sabiam?!
Uma noite de insônia, portanto, poderia destruir alguns tênues laços de amizade, se todo o cuidado não for tomado, visto que pra aguentar minhas excessivas verdades um amigo ou amilga precisaria já está calejado e ter adquirido os anticorpos para tanto. [Exagerando ou não. Estou escrevendo de madrugada!] Eu preciso mencionar que, sem conseguir explicar bem o porquê, adquiri uma mal-fadada fama de que eu teria um comportamento rude ou seria brava e temperamental quando estou assim demasiadamente franca, o que não se justifica. São as madrugadas!
Aliás, aqueles que leem o que vez por outra escrevo neste espaço já deve ter notado que eu seria o que se chamaria de ‘pessoa legal’, pelo menos na maior parte do tempo, que até transitaria despercebida pelas ruas, desde que em silêncio, se for tarde da noite, como acontece àqueles bichanos pardos nas noites enluaradas. Cuido em tentar me calar, vez por outra dormir, para evitar esses momentos e resguardar as conversas importantes ou sobre assuntos polêmicos para outra hora e ‘evitar a fadiga’ enquanto o sono não vem.
Eis uma estratégia de sobrevivência de um ser humano que aprendeu como a sinceridade é capaz de complicar o papo. O melhor que posso fazer para não perder o meu e nem o tempo do colega é esperar, caladinha, o amanhecer. 

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